Mapa da Região Sul

A região Sul do país é a menor entre as cinco regiões do Brasil e possui uma população com mais de 29 milhões de habitantes. É formada por três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que ocupam uma área de 576.773,368 km², de acordo com o IBGE.

Os estados pertencentes ao Sul estão bem colocados quando se verifica os indicadores de saúde, taxa de mortalidade, qualidade de vida e educação. Muito influente na economia do país, sofreu influências dos imigrantes vindos da Itália e Alemanha e possui IDH e PIB bastante satisfatórios. Seus estados fazem fronteira com Uruguai, Argentina, Paraguai, Região Centro-Oeste e Região Sudeste.

Principais Cidades do Sul do Brasil

As capitais brasileiras dos estados e também as principais cidades da região sul são:

  • Florianópolis (SC);
  • Curitiba (PR);
  • Porto Alegre (RS).

 

Principais Pontos Turísticos do Sul

  • Cataratas do Iguaçu (PR);
  • Pico Paraná (PR);
  • Cascata do Caracol (RS);
  • Ruínas Jesuítas de São Miguel das Missões (RS);
  • Beto Carreiro World (SC), etc.

História da Região Sul

Os povos indígenas como os carijós, os guaranis e os kaingangs foram os primeiros habitantes do sul. Durante a colonização do Brasil, a região estava fora do domínio de Portugal, porém outras regiões como o Nordeste e o Sudeste já haviam sido ocupados durante o século XVI e XVII. O povoamento do sul começou principalmente nos séculos XIX e XX.

No século XVI, padres espanhóis que faziam parte da Companhia de Jesus chegaram com o objetivo de catequizar os índios e também dominar a terra. Eles foram os responsáveis pela criação de aldeias conhecidas por missões. Os indígenas que lá habitavam, criavam gados, aprendiam ofícios e praticavam a agricultura. Com a chegada dos bandeirantes, que atacavam esses locais e aprisionavam indígenas, esses moradores tiveram que fugir, deixando seus campos e gados. Além disso, doenças e epidemias contribuíram significativamente para redução das populações indígenas.

Portugal também desejava estender os domínios até o rio da Prata (Uruguai), e por isso, criou a Colônia do Sacramento, em 1680. Esse fato, rendeu grandes conflitos entre eles e a Espanha (já que eles detinham a região). Foram criados também fortes militares no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e nos arredores surgiram pequenos povoados. Durante muito tempo, Portugal e Espanha travaram batalhas pelas terras do sul, que só foram solucionadas com a criação do Tratado de Madrid, de 1750.

Ainda no século XVI, paulistas chegaram para ocupar as áreas de campos e fundaram as mais antigas vilas. Além disso, houve um interesse grande pelo comércio do gado e com a chegada dos tropeiros ocorreu a comercialização de animais (mulas, cavalos e gados), além de outros produtos, do sul para o sudeste, bem como surgimento de povoados.

No século XVIII, o governo português procurou colonizar toda a área do litoral, assim chegaram à região os colonos açorianos que residiram em colônias agrícolas, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mas como essas populações não estavam acostumadas ao cultivo (ainda mais devido a dificuldade de plantar no solo arenoso), logo se limitaram a plantar por subsistência e investiram na atividade de pesca. Por isso, em Florianópolis é forte a presença deles.

No século XIX, Portugal doava terras para os militares, a fim de garantir o seu domínio ao sul do Brasil; e com isso, foi na Campanha Gaúcha, que ocorreu a criação dos latifúndios, transformados mais tarde em propriedades pastoris. Essa área foi de grande importância, já que tratava dos rebanhos, sendo essencial para a exportação de carne de charque para alimentar as regiões das minas (atual Minas Gerais) e o Rio de Janeiro.

Imigração no Sul do Brasil

O crescimento da população do sul, continuou depois da chegada dos imigrantes europeus que se estabeleceram em colônias. Sendo uma região fortemente influenciada pela cultura alemã e italiana, há marcas na arquitetura, nas tradições e nos costumes, nos hábitos alimentares, no idioma e outras características provenientes da imigração do século XIX. A ocupação do imigrantes nos estados não foram iguais, devido as condições diferenciadas do relevo e da vegetação, além disso, as primeiras colônias passaram por tempos difíceis de adaptação. Mas, trouxeram, para o país, a atividade agrícola realizada pelos membros da família. No século XX, houve a oportunidade de ocupar outras áreas, por meio da estrada de ferro que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul, e passava pelo Paraná e Santa Catarina.

Os imigrantes alemães se instalaram e também deram origem a cidades importantes de Santa Catarina, tais como Pomodore, Blumenau, Itajaí, Brusque e Joinville. Já no Rio Grande do Sul, ocuparam cidades como São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Os italianos também fizeram parte da fundação da região, construindo cidades como Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Garibaldi, no Rio Grande do Sul, por exemplo.

Além deles, outros grupos de imigrantes como ucranianos, poloneses, russos e japoneses ocuparam algumas partes do estado do Paraná, além dos paulistas, mineiros e nordestinos, que encontraram ótimas terras para a cafeicultura.

Características Gerais da Região Sul do Brasil

População da Região Sul

A população era formada inicialmente por indígenas e posteriormente por bandeirantes, tropeiros, paulistas, e também por imigrantes europeus que vieram a partir do século XIX, principalmente, alemães, açorianos e italianos. Os alemães se instalaram no norte de Santa Catarina, norte e oeste do Paraná (Vale do rio Itajaí e Rio dos Sinos). Já os italianos, ocuparam inicialmente o nordeste do Rio Grande do Sul, na serra gaúcha e também o sul do estado de Santa Catarina. Eles foram os responsáveis por cultivar uva e produzir vinho. Os portugueses ocuparam o litoral, com destaque para Florianópolis e Porto Alegre. Outros povos também vieram para o sul, mas em menor quantidade, como os ucranianos, poloneses, russos, americanos, dentre outros. As principais cidades, em que estão concentradas grandes populações estão Curitiba, Porto Alegre, além das cidades do Vale do Rio Itajaí.

Relevo do Sul

O relevo da região sul se destaca pelo planalto, além das planícies e da campanha gaúcha. As formas de relevo que mais se destacam são:

  • Planalto Atlântico (Cristalino) - presente em grande parte do Paraná, formando a Serra do Mar e também uma pequena área de Santa Catarina;
  • Planalto Meridional - pode ser dividido em Planalto Arenito-Basáltico e Depressão Periférica. Ocupa grande parte do sul brasileiro.

Clima do Sul

O clima que predomina no sul do Brasil é o subtropical, porém há variações. Sendo uma região fria, no inverno, podem receber geadas ou mesmo neve, em algumas partes dos estados, principalmente onde os planaltos são mais elevados, como no estado de Santa Catarina. Com estações do ano que variam, as chuvas são constantes durante o ano, apenas no norte do Paraná, há ocorrência delas no verão.

Hidrografia do Sul

Com um grande potencial hidrelétrico, fazem parte da hidrografia do sul, as Regiões Hidrográficas das Bacias do rio Uruguai, do Paraná e do Atlântico Sul. As principais bacias são:

  • Bacia do Rio Paraná - localizada na Usina Hidrelétrica de Itaipu (divisa com Brasil e Paraguai). Essa usina foi construída no Rio Paraná, em cooperação entre o Brasil e o Paraguai e é uma das mais importantes usinas do país;
  • Bacia do Rio Uruguai - abrange municípios de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai.

Os principais rios são o Paraná, o Uruguai, o Jacuí, o Itajaí e o Pelotas.

Vegetação do Sul

A vegetação da região sul é variada, sendo constantemente associada ao Pampas Gaúcho e a Mata das Araucárias, esta por sua vez, sofreu grande devastação com a expansão agrícola e o desmatamento. Encontra-se nas áreas mais elevadas dos planaltos, com espécies como o pinheiro-do-Paraná, erva-mate, dentre outras plantas.

Já os campos sulinos, também conhecidos por Pampas, Pradarias, Campos do Sul e Campanha Gaúcha são formados pelos campos meridionais, sendo os campos do planalto que ocupam o Paraná até o norte do Rio Grande do Sul, além dos campos da campanha localizados nos pampas com uma vegetação formada por ervas rasteiras e coxilhas (tipo de relevo). No litoral é marcada por uma vegetação costeira em praias, restingas e mangues.

Economia do Sul

A economia do sul está apoiada no setor industrial e na agropecuária. A agricultura, por exemplo, agrega várias técnicas modernas de cultivo. Já uma atividade ligada a área industrial são as agroindústrias, empresas que industrializam produtos agropecuários. É uma atividade que se desenvolveu nas últimas décadas e pode ser encontrada nas áreas metropolitanas da cidade de Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e no nordeste de Santa Catarina.

Além disso, na agricultura, grande parte das atividades são realizadas em pequenas propriedades, com a prática da policultura. Dentre os principais produtos cultivados estão: o milho, a uva, a maçã, o café, a batata, o feijão e a cebola. Há também o destaque para a monocultura, em especial, para o cultivo de soja, arroz, trigo, etc.

Outra área importante é a pecuária, sendo comuns a criação de bovinos, suínos e ovinos. Rebanhos de linhagens europeias, como o charolês e o hereford são um exemplo disso. No oeste de Santa Catarina e Paraná, ocorre a suinocultura, além da exploração de madeira de pinho, através do extrativismo. Ainda no sul do estado de Santa Catarina, ocorre a exploração de carvão mineral, onde estão localizados grande parte dos frigoríficos que abastece o mercado interno e externo.

Cultura e Comidas Típicas do Sul

Na cultura, uma das atrações, são as festas populares e manifestações com características europeias, tais como a Oktoberfest (Blumenau - SC) e a Festa da Uva (Caxias do Sul - RS). Dentre as danças típicas, estão as famosas Dança Gaúcha, Chula, Pau-de-Fita e o Fandango. Os sulistas tem em seu cardápio comidas típicas como arroz carreteiro, churrasco, o chimarrão, o barreado, o pinhão e o peixe com pirão.

Estados do Sul do Brasil

Paraná

O Paraná é um estado que faz fronteira com o Mato Grosso do Sul, a noroeste; São Paulo, ao norte; Santa Catarina, ao sul; Oceano Atlântico, a leste; além da Argentina, a sudoeste e do Paraguai, a oeste, sendo o único da região sul que faz fronteira com outra região do Brasil. Possui uma área de 199.307,945 km², sendo Curitiba a sua capital e também, uma das cidades com a maior população do estado. Conta atualmente, com 399 municípios, dentre eles, os principais são:

  • Curitiba;
  • Londrina;
  • Maringá;
  • Cascavel;
  • Foz do Iguaçu;
  • São José dos Pinhais.

Com um clima subtropical, ocorrem geadas em algumas partes do estado. Possui um dos relevos mais altos do país, do quais o ponto mais alto é o Pico Paraná, sendo comum as formas de relevo do planalto cristalino, planalto basáltico, a serra do mar e a baixada litorânea. Seus principais rios são o Paraná, o Ivaí, o Tibagi, o Iguaçu, o Piriqui, o Itacaré e o Paranapanema, sendo formado por uma vegetação composta pela mata dos pinhais e a mata atlântica, além dos campos limpos, no planalto. Dentre suas principais atividades econômicas estão a agricultura, a indústria e o extrativismo vegetal.

Se destaca no estado o turismo cultural, além das praias e das belas paisagens que atraem visitantes.

História do Paraná

O nome Paraná é de origem guarani e significa rio caudaloso ou semelhante ao mar. Existem vários registros e sítios arqueológicos que fazem parte da história do estado, indicando como eram a vida dos primeiros habitantes desta região, antes da chegada dos europeus. No início, tanto Portugal, quanto Espanha lutaram pela sua ocupação. Desde o século XVI, o território estava dividido pelo Tratado de Tordesilhas, sob domínio da Coroa Espanhola. Como os europeus exploravam o território, o primeiro a conhecer toda a extensão do estado foi o bandeirante Aleixo Garcia.

Em 1541, Dom Alvarez, partiu da Ilha de Santa Catarina para tomar posse do território, e com isso a Coroa Espanhola criou várias cidades e povoados para assegurar o seu domínio. Em 1554, foi criada a primeira povoação no Paraná, a vila de Ontíveros, às margens do rio Paraná, que mais tarde, foi transferida para as proximidades da foz do rio Piquiri, passando a se chamar Cuidad Real Del Guairá (atual cidade de Terra Roxa). Essa povoação juntamente com a Vila Rica do Espírito Santo, deu origem a província de Vera ou do Guairá (atual estado do Paraná).

No início do século XVI, os portugueses haviam criado duas capitanias no litoral: a de São Vicente (região de Barra de Paranaguá e Bertioga) e Sant'Ana (de Barra de Paranaguá até os limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas). Em 1600, houve um aumento dos vicentinos (da Capitania de São Vicente) pelo Litoral e nos campos de Curitiba. Em 1648, foi fundado o que viria a ser o primeiro município do estado, o povoado de Paranaguá, que mais tarde se transformou em vila, adquirindo o nome de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá. Tornou-se capitania em 1660 e foi elevado à condição de cidade em 1842. Diogo de Unhate foi o primeiro português a reinvindicar terras em solo paranaense e em 1614 conquistou uma sesmaria na região de Paranaguá. Com as expedições dos bandeirantes, várias comunidades jesuítas foram atacadas, à procura de mão-de-obra escrava.

Para a estruturação do estado, como é visto atualmente, houve, no início, a procura por ouro, a partir do século XVII, onde os moradores deixaram suas terras para se dedicar às minas. Esse fato deixou pessoas em situações de muita pobreza, pois como era pouco, não durou. No século XVIII, surgiram as terras dedicadas para à criação e comércio do gado. Surgiram também atividades como extrativismo e exportação de madeira e erva-mate, no século XIX.

Ainda, no século XIX, recebeu imigrantes europeus vindos de países como Polônia, Itália e Alemanha, que vieram para o estado, a fim de trabalhar com agricultura de abastecimento em colônias agrícolas.

O Paraná pertencia à capitania de São Vicente e recebia europeus desde o século XVI que buscavam madeiras para vender. No século XVII, começou a colonização no estado e foi fundada a Vila de Paranaguá. Já sua capital, Curitiba, recebeu a denominação de vila em 1693. Os portugueses só passaram a frequentar a região paranaense após a descoberta de ouro e posteriormente o início da criação de bovinos.

Foi desmembrado da Província de São Paulo em 1853. O principal conflito que recebeu sua participação foi a Guerra do Contestado entre 1912 e 1916.

Com o passar dos anos, a economia do estado cresceu bastante, por causa dos imigrantes, através da agricultura, com a produção de café, além do surgimento de indústrias.

Santa Catarina

Santa Catarina é o menor estado da região sul do país, com uma área de 95.733,378 km². Possui 295 municípios, sendo a capital Florianópolis. O estado divide-se em oito regiões principais que são Litoral, Nordeste, Vale do Itajaí, Planalto Norte, Planalto Serrano, Oeste e Meio-Oeste. Faz fronteira com o Paraná, ao norte; o Rio Grande do Sul, ao sul; o Oceano Atlântico, a leste e a Argentina, a oeste.

Possui um clima subtropical, com temperaturas que variam de 13º a 25ºC, chuvas bem distribuídas ao longo do ano e com as quatro estações definidas, ou seja, os verões são quentes, já no inverno, na região do Planalto Serrano, ocorre a presença de neve. A vegetação é formada por dunas, restingas, mangues e mata atlântica.

Na área econômica, existem vários polos espalhados pelo estado, com atividades que vão desde a agricultura ao turismo. Florianópolis se destaca, por exemplo, nos setores de turismo, tecnologia, serviços e construção civil. Além disso, o estado se destaca na indústria alimentícia, com a produção de carne suína, pescados, frango e também na agricultura.

As principais cidades de Santa Catarina são:

  • Florianópolis;
  • Balneário Camboriú;
  • Blumenau;
  • Itajaí;
  • Joinville;
  • Criciúma;
  • Lages;
  • Jaraguá do Sul;
  • Chapecó.
História de Santa Catarina

A história de Santa Catarina teve início ainda no ano de 1515, quando uma expedição passou por suas terras, a do navegador português Juan Dias Solis. O território era habitado por índios carijós, do grupo tupi-guarani. Suas águas foram nomeadas inicialmente de “Baía dos Perdidos”, por causa do naufrágio de uma embarcação entre a ilha de Santa Catarina e o continente.

Em 1526, veio da Espanha, o italiano Sebastião Caboto, que nomeou a Ilha de Santa Catarina de “Porto dos Patos”. Em 1529, o nome Santa Catarina surgiu no mapa-mundi de Diego Ribeiro, pela primeira vez. Existem muitas vertentes de quem seria o responsável pelo nome do estado, existem autores que acreditam que foi o italiano, em homenagem à esposa, Catarina Medrano; já outros atribuem a Santa Catarina de Alexandria.

Foi em 1637, que iniciou de fato a povoação do estado, a partir dos bandeirantes que habitaram em Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis). Já em 1660, surgiu a vila de Nossa Senhora da Graça (atual São Francisco do Sul). E, em 1714, a segunda cidade do estado, Santo Antônio dos Anjos da Laguna (atual Laguna).

No ano de 1739, o estado tornou-se o principal posto português da América do Sul, tanto que levou os espanhóis a atacarem a ilha em 1777, expulsando tropas e autoridades. A ilha foi devolvida no mesmo ano depois do Tratado de Santo Idelfonso.

Somente a partir de 1829 é que chegaram os primeiros imigrantes europeus: primeiro os alemães e em 1877, os italianos, que passaram a morar em colônias. A primeira colônia europeia de Santa Catarina, foi criada em 1829, com o nome de São Pedro de Alcântara, com alemães católicos de Bremen, na Alemanha. Já no Vale do Itajaí, foi fundada em 1850, a colônia de Blumenau, de Hermann Blumenau.

O estado teve uma importante participação na Revolução Farroupilha, de 1839, cujo objetivo principal era transformá-lo em uma república independente. Os farrapos tomaram a cidade de Laguna, que se tornou Juliana de Laguna, sede do Governo da Republica Farroupilha. Além dela, participou também da Guerra do Contestado, de 1912 a 1916.

Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul possui fronteira com o estado de Santa Catarina, ao norte; o oceano Atlântico, ao leste; o Uruguai, ao sul e a Argentina, a oeste. Tendo como capital gaúcha, a cidade de Porto Alegre, possui uma área de 281.731,445 km².

Seu relevo é formado por uma baixada e ao norte, um planalto. Os principais rios do estado são Uruguai, Antas, Taquari, Ijuí, Jacuí, Pelotas, Camaquã e Ibicuí.

Assim como nos outros estados sulistas, ocorre a presença da Mata dos Pinhais (ou das Araucárias), mas no litoral ocorre uma vegetação do tipo litorâneo. Seu clima é o subtropical.

Uma das principais atividades econômica do sul é a agropecuária, com foco na agroindústria, além de outros segmentos.

Com 497 municípios, as principais cidades do Rio Grande do Sul são:

  • Porto Alegre;
  • Caxias do Sul;
  • Pelotas;
  • Canoas;
  • Rio Grande;
  • Gravataí.
História do Rio Grande do Sul

A região onde se encontra atualmente o Rio Grande do Sul era onde viviam os índios guaranis, charrua e kaingang. Houve registros da existência do território em 1531, quando os navegadores portugueses Pero Lopes e Martin Afonso, passaram pela costa, mas sem desembarcar, nomeando-a de Rio Grande de São Pedro. Por muito tempo, apenas aventureiros percorriam esse território e inicialmente, a região no século XVI foi explorada pelos espanhóis.

As terras começaram a ser povoadas a partir do século XVII com as missões implantadas pelos jesuítas. Em 1626, foi fundada a missão de São Nicolau, nas margens do Rio Piratinim. Outras reduções foram instaladas no município conhecido atualmente como Candelária. O objetivo dos jesuítas era catequizar, proteger e ensinar os indígenas com atividades como agricultura e pecuária. Eles foram expulsos pelos bandeirantes em 1641. Com a fuga deles todo o gado, que cuidavam na época, se dispersou pela região.

A partir de 1682, os jesuítas espanhóis voltaram para o Rio Grande do Sul e ergueram novamente a missão de São Nicolau e mais seis (São Francisco de Borja, São Luiz Gonzaga, São Miguel Arcanjo, São João Batista, São Lourenço Mártir e Santo Ângelo Custódio), na área que ficou conhecida por Sete Povos das Missões, um conjunto de aldeamentos indígenas. Porém, houveram grandes disputas pela terra, além de roubo de gado, enfraquecimento das missões, a guerra guaranítica (1753-1756) e a destruição dessas missões por tropas militares portuguesas, em 1801. O território foi dominado pelos portugueses e ofertados aos súditos do rei.

A cidade de Porto Alegre, chamada inicialmente de Porto de Viamao, foi fundada oficialmente em 1772, mas iniciou antes disso com a chegada de casais portugueses açorianos. Tornou-se a capital da capitania no ano seguinte.

Os portugueses desejavam se expandir em direção ao rio da Prata. Assim, em 1680, foi criada a Colônia do Sacramento, na margem do rio da Prata; em 1684, Laguna, no litoral sul de Santa Catarina e em 1738, um forte militar chamado de Jesus-Maria-José (hoje município de Rio Grande).

A partir do século XVII, a principal fonte de renda era a pecuária com a caça, criação, charqueada (produção da carne de charque) e dos frigoríficos.

A capital do estado, Porto Alegre só começou a ser ocupada a partir do século XVIII. Os germânicos chegaram a partir de 1824, já os italianos, em 1875, onde se estabeleceram nas regiões dos vales dos Sinos, Caí e Taquari. Eles sobreviviam da policultura em pequenas propriedades onde prevalecia o trabalho familiar.

Um marco da história gaúcha foi a participação na Revolução Farroupilha, que durou 10 anos. Essa revolta buscava melhorias sociais, econômicas e políticas para esse estado e tinha como estopim a venda de charque para outras províncias.

Saiba Mais - Revolução Farroupilha

A Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos foi um conflito que ocorreu contra o governo imperial brasileiro. Aconteceu na província de São Pedro do Rio Grande do Sul, de 1835 a 1845. Dentre as causas da revolução estavam o descontentamento com o governo imperial, a busca pela independência das províncias, contra os altos impostos cobrados sobre o ouro e o charque, além da oposição a entrada de concorrência de outros países na comercialização de charque e couro.

Nesse conflito, a cidade de Porto Alegre foi tomada, em setembro de 1835, pelo líder estancieiro Bento Gonçalves e as tropas imperiais tiveram que fugir da região. Com a prisão dele, Antônio de Souza Neto tornou-se o novo líder. Os farroupilhas ganharam muitas batalhas e proclamaram em setembro de 1836 a República Rio-Grandense. Bento Gonçalves, mesmo preso, tornou-se presidente, mas só assumiu o cargo em 1837, após sua fuga.

Também foi proclamada por eles em 1839, a República Juliana, região onde está localizado hoje o estado de Santa Catarina. O governo imperial não desejava que essas províncias se separassem do Brasil, sendo que haviam tentado fazer vários acordos para acabar com a revolta. Eles não tiveram sucesso e a revolução perdurou por 10 anos e só foi acabar em 1845, quando os revoltosos resolveram aceitar o acordo com o Barão de Caxias.